Como prender a atenção do leitor

Olá, escritor(a)!

Como vai você?

A fim de captar a atenção do leitor, alguns dizem que é preciso escrever sobre temas que estão em alta ou fugir do clichê, mas não se trata disso. Se você usar as técnicas certas pode alcançar resultados surpreendentes.

IMPORTANTE: As técnicas são válidas para o início de um livro, mas você pode usá-las no início dos capítulos quando achar necessário. Sugiro que anote tudo em um caderno ou uma agenda para que, sempre que estiver escrevendo, possa consultar.

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1 – Tempo

O protagonista tem menos de 24 horas para desvendar um crime, decifrar um código ou coisa do tipo, ou, o protagonista tem uma hora para desarmar uma bomba ou, ainda, menos de vinte minutos para esconder um cadáver antes que sua esposa chegue em casa. Nesse caso, você pode até mesmo enriquecer o seu texto com detalhes, claro, mas tente usar, em boa parte, uma narrativa rápida.

2 – Expectativa

Colocar o protagonista ou outro personagem em uma situação em que ele corre pelos salões de um castelo à procura de sua amada, na esperança de vê-la usando o vestido que lhe deu de presente junto com os brincos de rubi que destaca sua beleza, mas não a encontra em sala alguma, até que, ao adentrar o quarto de um dos empregados, encontra sua amada com uma adaga cravada no peito. Este é só um exemplo, claro que você pode escolher qualquer situação, mas o objetivo é fazer o leitor esperar algo junto ao personagem e ser surpreendido.

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3 – Conflito

Um dos personagens recebe um telefonema em que alguém informa que ele foi traído pelo seu parceiro de crime. Após desligar o celular, começa então uma discussão. É nessa hora que você tem que deixar o leitor curioso para saber o que vai acontecer a seguir, torcendo para que tudo se resolva ou até mesmo fique preocupado com os personagens. Antes, é preciso que o personagem cative o leitor para que ele possa torcer por ele.

4 – Leitor como confidente do protagonista

“Hoje faz 10 anos que Catherine morreu. Enquanto meu marido olha para a fotografia dela, eu recordo dos anos em que Catherine Delacroix era o meu nome”. Crie uma sensação de intimidade entre o leitor e o protagonista, fazendo-o confessar seus segredos apenas para o leitor. Isso funciona bem quando a história é narrada em primeira pessoa.

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5 – Jogar com o significado das palavras

“Percorri com os olhos toda a extensão da estrada, o coração martelando” (Como se livrar de um vampiro apaixonado, de Beth Fantaskey). Use metáforas para descrever e ilustrar as emoções dos personagens, principalmente nos diálogos, é bom para que o leitor os conheça melhor.

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6 – Humor

Comece sua história com um acontecimento engraçado. O protagonista pode querer uma coisa, mas tudo acaba dando errado para ele de uma forma engraçada, colocando-o em situações cada vez mais embaraçosas.

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7 – Notícia de jornal, artigo ou carta

O livro Sempre seu idiota, James, de Rachel Fernandes, é narrado por cartas. Você pode começar sua história de forma direta, apresentando uma notícia, artigo ou carta, fazendo referência a um fato que o leitor conheça ou algo relacionado a um personagem.

8 – Fato ou revelação surpreendente

Faça uma revelação inusitada, levando o leitor a querer saber mais sobre esse fato surpreendente, apresentando uma informação impossível de ser ignorada.

9 – Pergunta intrigante

Faça uma pergunta sobre algo que irá interessar o leitor, assim ele terá curiosidade em descobrir a resposta. Ou essa pergunta pode estar presente no início da narrativa de forma indireta.

10 – Contrastes

Na cena de abertura, coloque seu personagem em um momento feliz de sua vida, em que tudo parece perfeito e, logo em seguida, algo ruim ou catastrófico acontece a ele. Ou vice versa.

11 – Objeto

É comum ver objetos que marcam a história de um livro. Um exemplo extraordinário é o livro O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, onde o Um Anel é o objeto valioso. De acordo com a história de seu livro, você pode usar qualquer objeto: um livro, um quadro, um lustre, um guarda-roupas, um espelho. 🙂 O importante é criar um mistério em torno de tal objeto e mostrar sua importância na história.

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12 – Cenário atípico

No primeiro livro que eu escrevi usei exatamente essa técnica, mas na época não sabia que existiam essas técnicas, criei uma terra distante, onde o cenário envolvia árvores e plantas gigantescas. Se você escreve ficção fantástica ou científica, por exemplo, em que os cenários são diferentes, pode abusar da imaginação, ideias malucas e inéditas nunca são demais. Um exemplo também é uma briga feia dentro de uma igreja no filme Kingsman: Serviço Secreto (2015).

13 – Caracterizando

Começar o livro caracterizando o protagonista chama bastante a atenção do leitor, se fizer isso bem. Aconselho a traçar um perfil completo da aparência e personalidade de seu protagonista antes de descrevê-lo em seu livro e, se possível, fazer isso sob o ponto de vista de um antagonista, fica bem mais interessante. Se for descrever o cenário, seja criativo, nem longo demais nem breve demais, o essencial e, de preferência, algo diferente. Se o cenário for um lugar que o leitor está habituado, não se prenda aos detalhes a menos que sejam necessários na história.

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14 – Auto-análise

Essa é usada para descrever o personagem de forma mais profunda, ou seja, não só a aparência como também as qualidades, defeitos, ou ainda crenças, manias e temperamento, de preferência narrado em primeira pessoa e de forma breve.

15 – Verdade (como frase de abertura)

Primeiro que não se trata de qualquer frase. É preciso criar a sua frase e, para isso, é necessário que você reflita sobre a história que quer contar e procure uma verdade quase incontestável sobre um personagem ou tema abordado. Transforme essa reflexão em uma frase e use-a como frase de abertura.

16 – Provocação

Você pode usar uma frase que provoque o leitor a ponto de fazê-lo ir em busca do motivo que o fez escrever isso. Ou pode deixar o protagonista tão irritado com alguma situação que o leitor sinta vontade de entrar no livro e resolver o problema junto com ele ou até sentir vergonha de algo que o personagem favorito dele fez.

17 – Mistério

Você pode tornar sua história instigante ao envolver os personagens em situações misteriosas logo no início, assim, poderá desvendar os acontecimentos estranhos aos poucos, no desenrolar do enredo.

O início de uma narrativa deve levar o leitor a querer sentar e continuar lendo a história que você escreveu, seja um conto de oito páginas, um romance de duzentas ou uma história infantil.

Espero que tenha gostado das técnicas, escritor(a).

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Referência:

SCHUTT, Diego. 17 técnicas para captar a atenção do leitor nas primeiras linhas da história. Disponível em: <https://ficcao.emtopicos.com/escrever/primeiras-linhas/> Acesso em: 14 de junho de 2015

 

9 comentários sobre “Como prender a atenção do leitor

  1. Olá, amei suas dicas, ainda vou estudar muito, estou a tempos tentando publucar um livro bom e as ideias nao param de aparecer, mas nunca consigo ter sucesso e acabo desistindo. Até agora só apostei em romances mas estou pensando em ficção fantástica ou algo assim, tem alguma dica específica pra atrair leitores?
    Se vc puder me seguir na plataforma do wattpad onde eu escrevo agradeço muito, meu user lá é lalah_histórias.

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    • Olá, Lauri!
      Eu também já desisti muitas vezes, mas tente manter-se determinada. O que muitos dizem sobre ficção fantástica é para ter ideias originais, mas, como nesse universo de livros, por mais que tenhamos ideias originais (às vezes damos sorte, às vezes não) descobrimos que já foi usada em outra história, é normal, acontece, então, o que eu sugiro é: seja autêntica. Pretendo postar em breve sobre ficção fantástica, espero que o post fique bom Posso te seguir sim na plataforma. Fique à vontade para divulgar suas histórias aqui também, enviando um e-mail para gabriella.rebeca.gr@gmail.com. Sucesso com suas histórias. 😀

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  2. Interessante abordagem! Não, não resta dúvida. As técnicas são essenciais e importantes instrumentos. No meu caso necessito de uma orientação mais especifica para atrair o leitor, pois estou escrevendo sobre assuntos técnicos, de interesse de todo morador que habita em condomínios residenciais. Trata-se de como ser síndico ou quem pode ser síndico? Como estruturar o livro? Qual o limite ideal de páginas? Qual o tamanho ideal? São inúmeros os assuntos, terei que dividir pelo menos em três volumes. O receio é o de não tornar cansativo, e sim utilizar todas as técnicas disponíveis para que o livro seja de fato útil ao leitor, a qualquer época.

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  3. Pingback: Escreva sem excessos | f7 para escrever

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